quinta-feira, 28 de abril de 2011

O que ler?

No Dia internacional do Livro Infantil o jornal Público editou um artigo em que três escritores, Luísa Ducla Soares, Álvaro Magalhães e Ana Saldanha e o ilustrador André Letria, escolheram 12 livros para ler e ver até ser grande.


Luísa Ducla Soares elegeu os seguintes livros:
lengalengas e trava-línguas de António Mota
As viagens de Gulliver de Jonnathan Swift
A menina do mar de Sophia de Mello Breyner Andreson

Álvaro Magalhães elegeu:
As aventuras de Joanie-Puff de A.A. milne
A ilha do tesouro de R.L. Stevenson
A história interminável de Michael Ende

Ana Saldanha escolheu:
Metamorfoses de Franz Kafka
O estranho caso do cão morto de Mark Haddan
Meia hora para mudar a minha vida de Alice Vieira

André Letria:
Little Nemo in Slumberland (O pequeno Nemo no Reino dos Sonhos) (vol. 1) de Winsor Maccay
Onde vivem os monstros de Maurice Sendak
Ponctuationde Kvele Pacoská

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Uma visita de estudo ao Palácio de Mafra




Relatório da visita de estudo ao Palácio de Mafra

No passado dia 17 de Março de 2011, as turmas A e B do 12º ano deslocaram-se a Mafra, no âmbito da disciplina de Português. A visita de estudo tinha como principal propósito facilitar a compreensão e interpretação da obra de leitura obrigatória do programa de 12º ano. A acrescentar a este existem outros objectivos, igualmente, importantes a referir, tais como: motivar os alunos para o estudo da obra; promover momentos de partilha de experiências de leitura; desenvolver hábitos de “consumo cultural”; apreender criticamente o significado e a intencionalidade das mensagens veiculadas e melhorar os resultados escolares. Desta forma, na visita, os alunos tiveram a oportunidade de ficar a conhecer o Palácio de Mafra e de assistir à representação dramática da peça – Memorial do Convento – adaptada da obra literária de José Saramago.Esta visita foi útil, na medida em que, nos motivou para a aprendizagem da obra; tanto para quem já a tinha lido, como para quem teve o primeiro contacto com a mesma. De forma geral, apreciámos bastante o global da visita. É de salientar a boa organização da mesma. Para além disso, a guia era óptima e colocou-nos à vontade e bem-dispostos; o que facilitou a integração no novo ambiente e a assimilação de conceitos indispensáveis para a aprendizagem da obra.

Daniela Vinagre nº5

Hélio Vaz nº 8

João Galvão nº 10

Lúcia Santos nº 11

12º A


Um conselho da professora Ana A.

“Sorriso, diz-me aqui o dicionário, é o acto de sorrir. E sorrir é rir sem fazer ruído e executando contracção muscular da boca e dos olhos.
O sorriso, meus amigos, é muito mais do que estas pobres definições, e eu pasmo ao imaginar o autor do dicionário no acto de escrever o seu verbete, assim a frio, como se nunca tivesse sorrido na vida. Por aqui se vê até que ponto o que as pessoas fazem pode diferir do que dizem. Caio em completo devaneio e ponho-me a sonhar um dicionário que desse precisamente, exactamente, o sentido das palavras e transformasse em fio-de-prumo a rede em que, na prática de todos os dias, elas nos envolvem. Não há dois sorrisos iguais. Temos o sorriso de troça, o sorriso superior e o seu contrário humilde, o de ternura, o de cepticismo, o amargo e o irónico, o sorriso de esperança, o de condescendência, o deslumbrado, o de embaraço, e o de quem morre. E há muitos mais. Mas nenhum deles é o Sorriso.
O Sorriso (este, com maiúscula) vem sempre de longe. É a manifestação de uma sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contracções musculares e não cabe numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante, por um frémito interior que nasce nas mais secretas camadas do ser. Se move músculos é porque não tem outra maneira de exprimir-se. Mas não terá? Não conhecemos nós sorrisos que são rápidos clarões, como esse brilho súbito e inexplicável que soltam os peixes nas águas fundas? Quando a luz do sol passa sobre os campos ao sabor do vento e da nuvem, que foi que na terra se moveu? E contudo era um sorriso. Mas eu falava de gente, de nós, que fazemos a aprendizagem do sorriso e dos sorrisos ao longo da vida própria e das alheias. A tudo isto é que eu chamo sabedoria.

Dir-me-ão que não cabe tanto no sorriso. Eu digo que cabe. Sorrir assim, mesmo sem olhos que nos recebam, é o verbo mais transitivo de todas as gramáticas. Pessoal e rigorosamente transmissível. O ponto está em haver quem o conjugue.”

José Saramago