Por
ocasião da celebração do dia mundial do Braille, que se comemorou
no passado dia 4 de janeiro – e no âmbito do plano de atividades
da biblioteca escolar – dinamizei, junto dos alunos do 1.º Ciclo,
algumas sessões que tiveram o objetivo de dar a conhecer, em traços
gerais, o sistema braille e de mostrar de que forma se conseguem
atingir fins comuns, recorrendo a estratégias e meios menos usuais.
As
sessões tiveram lugar nos dias 6 e 13 de janeiro e no dia 3 de
fevereiro e nelas participaram alunos do 3.º e 4.º ano da Escola do
1.º Ciclo de Mora e alunos da Escola do 1.º Ciclo de Pavia.
Comecei
por fazer uma pequena introdução em que expliquei, em traços
gerais, o contexto familiar e social em que se desenvolveu a vida de
Louis Braille, privilegiando os aspetos que levaram à criação do
sistema de escrita que leva o seu nome. Depois falei do sistema em
si, das suas características e expansão no mundo, das pessoas a
quem é destinado, das diferentes técnicas utilizadas para a sua
produção e leitura. Sublinhei que se trata de uma escrita em que as
letras resultam das diferentes combinações de pontos que se podem
inscrever num papel, a partir de um conjunto máximo de seis. Dado
que é uma escrita tátil, o braille destina-se a ser lido com Os
dedos, pelo que o leitor necessita de ter o sentido do tato
suficientemente treinado para tal.
De seguida – e para que todos pudessem compreender a lógica do sistema – distribuí a cada um dos alunos um alfabeto braille e pedi-lhes que, com um lápis, legendassem, em caracteres “normais”, as respetivas letras. Numa segunda fase, já com os alfabetos braille devidamente legendados, distribuí, por todos os participantes, pequenas frases escritas em braille, desafiando-os a que tentassem fazer a sua descodificação. Após algum tempo. Com maior ou menor dificuldade, todos foram bem sucedidos nas suas tarefas, percebendo que a dificuldade está apenas na leitura tátil, para a qual se necessita de um treino apurado.
As
sessões terminaram com um espaço em que os alunos foram convidados
a fazer perguntas que eu aproveitei para os esclarecer sobre os meios
técnicos e procedimentos desenvolvidos e utilizados pelos
deficientes visuais na sua vida do dia a dia. Assim, tive
oportunidade de lhes falar sobre o uso da bengala, os “leitores de
ecrã” para computador e telemóvel, os identificadores de cores,
etc. Numa perspetiva positiva perante o que pode ser uma adversidade,
os alunos ficaram a perceber que o importante é não desistir
perante os problemas, enfrentá-los e ter vontade para desenvolver
alternativas.
Professor Joaquim
Lagartixa
Sem comentários:
Enviar um comentário