segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Olá a todos(as)!

O site do PIEF de Mora já está no ar.
É o espaço onde se vai divulgando o que fazemos por cá.

Em permanente atualização, convidamos desde já a uma visita virtual.


Esperamos que gostem!


Pelo PIEF de Mora


A TIL, Susana Russo



terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mora Antes e Agora - O pinhal de Cabeção

O PINHAL DE CABEÇÃO – UMA MANCHA FLORESTAL MUITO LIGADA À SUA TERRA


 De entre as matas nacionais – e poderíamos referir os casos da Azambuja e Leiria, por exemplo – nenhuma certamente estabeleceu, ao longo da História, uma relação tão estreita com o povoado que lhe deu o nome como o pinhal de Cabeção. A História da vila, que foi concelho até 1836, está fortemente relacionada com a História do seu pinhal, que hoje ocupa uma área de 289.88 ha, e esse vínculo é perceptível não só em fontes documentais que devidamente o atestam, mas, inclusive, na tradição oral que ao longo dos tempos foi refletindo sobre as origens do pinhal e sobre as diferentes vertentes em que o mesmo foi sendo útil para a comunidade local.


A defesa dos direitos da população de Cabeção sobre o seu pinhal, devidamente documentada na tradição oral local, foi uma constante ao longo da História e reflete o carácter aguerrido dos cabeçanenses na defesa da sua comunidade face a interesses bem mais poderosos. Tendo em atenção o que se pode ler na página 10 do estudo publicado pelas edições Colibri em Lisboa, no ano de 2009, da autoria de Maria Ângela Beirante e Cândido Beirante« « de acordo com «uma tradição local, esta mata fora em tempos remotos propriedade dos habitantes da vila de Cabeção que a teriam doado à Coroa para livrarem os seus filhos de irem à guerra. Na realidade, tal tradição parece pouco consistente, pois só a vemos parcialmente registada num documento de 1831. Todos os demais são unânimes em afirmar que o Pinhal de Cabeção, tal como a própria vila, foi propriedade da Ordem de Avis.». Embora do ponto de vista dos factos históricos a tradição oral aqui mencionada não corresponda inteiramente à realidade, ela documenta, no entanto, a forte ligação das populações locais ao seu pinhal, que hoje tem o estatuto de mata nacional, constituindo uma mancha verde de importante valor ecológico, onde campeia o pinheiro manso, numa região em que a vegetação natural historicamente predominante é constituída por bosques de sobro e de azinho. Contudo, o pinhal de Cabeção, que provavelmente se terá constituído de forma espontânea, foi assumindo, ao longo dos séculos, uma importância estratégica significativa no contexto nacional. Foi justamente esta importância estratégica para a economia nacional que entrou por vezes em conflito com o aproveitamento que as populações locais iam fazendo da sua mata. Não nos podemos esquecer que a madeira, nomeadamente a madeira de pinho, pela facilidade em ser trabalhada, era um recurso muito importante em diversos domínios da vida quotidiana das populações de há alguns séculos atrás. Continuando a citar o estudo acima mencionado que serve de base à elaboração destas notas, «numa primeira fase, desde que D. Afonso II, em 1211, doou aos freires de Évora o lugar de Avis, para nele edificarem castelo e daí defenderem e povoarem toda a região circundante, o Pinhal de Cabeção pôde contribuir para a realização destes objectivos. Depois, quando a Coroa lançou ombros à empresa gigantesca dos Descobrimentos, esta Mata foi tida como uma reserva de matéria-prima ao serviço das armadas.


No período das guerras da Restauração e das do final do Antigo Regime, as madeiras do Pinhal foram canalizadas para a defesa militar das praças fronteiriças.» (p.11). Já no reinado de D. João I, a coroa determinava que mesmo nos terrenos incultos ou distribuídos em sesmarias os pinheiros que aí nascessem, mesmo longe do perímetro do pinhal, não poderiam ser arrancados pelos lavradores locais, pois pertenciam à Ordem. Como é fácil de perceber, tal medida prejudicava em muito os agricultores locais, certamente condicionados à prática de uma agricultura de subsistência, assente no cultivo do centeio e na criação de gado suíno. Os que desrespeitassem tais normas eram sujeitos ao pagamento de multas e mesmo à prisão. Lê-se, ainda, na página 18 do estudo acima citado: « «ninguém podia cortá-los (os pinheiros) «sem licença do mestre. Os moradores de Cabeção que precisassem de madeira para construir ou reedificar suas casas só o poderiam fazer com licença do almoxarife que lhes assinalaria o local onde deviam realizar o corte, estando-lhes vedado cortar pinheiros pelo pé». Já nos finais do século XVI (1574), sabe-se «que os moradores de Cabeção podiam aí colher pinhas, desde que o fizessem no tempo próprio, isto é, depois do dia de Santa Catarina (25 de Novembro).» (p.19). É durante todo este século que os pinheiros de Cabeção vão ser abundantemente utilizados na construção naval, já que «a madeira de pinheiro manso, por absorver pouca água e resistir ao ataque de vermes e fungos, era muito recomendada para a estrutura de obras vivas que ficavam abaixo da linha de água.» (p.21).


O fabrico do pez foi igualmente uma atividade muito importante desenvolvida no pinhal e que contribuiu nomeadamente para uma certa “renovação” da população local, dado que envolvia mão-de-obra especializada e sazonal que vinha de outros pontos do país. O pez era utilizado para calafetar navios, impermeabilizar mastros e cordame. Sobre este assunto, lê-se na página 17 da obra acima citada: «Temos provas abundantes de que a extracção do pez se realizou por muitos séculos no Pinhal de Cabeção. O documento mais antigo que conhecemos sobre esta actividade data de 1648 e regista o topónimo Hortas do Forno do Pez, topónimo que perdurou no tempo». Mas é já no século XIX que os conflitos se agudizam entre a câmara de Cabeção, defensora das reivindicações dos direitos tradicionais da população local sobre o seu pinhal e o estado que a pouco e pouco si ia modernizando e aplicando estratégias de desenvolvimento nacional. Não podemos esquecer que o século XIX é o século dos comboios e das estradas de MC Adam, infra-estruturas que necessitavam de muita madeira, nomeadamente para a construção das travessas para o caminho-de-ferro. Sabe-se que o fontismo utilizou muita madeira do pinhal nomeadamente na construção da ponte do Caia, integrada no eixo rodoviário que ligava a margem sul do Tejo à fronteira com a Espanha. A política liberal de nacionalização dos bens das ordens religiosas veio subtrair aos habitantes de Cabeção o direito que existia havia séculos de retirar madeira de pinheiro para a construção ou reparação das casas. Tentando impedir a tendência para a estatização do pinhal, «a 12 de Março de 1831, a Câmara enviava à Corte uma representação, suplicando ao rei D. Miguel autorização para fazer um corte anual de madeira no Pinhal da Real Mata, para que, com o produto da sua venda, pudesse pagar às amas dos treze expostos ou enjeitados que o concelho estava obrigado a sustentar.» (p.32). Tal reivindicação acabou por ser aceite, mas as décadas seguintes, coincidentes com o movimento da Maria da Fonte e outras perturbações sociais e políticas que levaram à extinção do concelho, assistiram à instauração de um clima de grande confusão no pinhal, com as autoridades responsáveis a queixarem-se que não tinham meios para fazer respeitar a lei e de evitar os cortes abusivos de madeira e outras transgressões. O clima de confronto foi tal que chegou a ser assassinado «barbaramente no Pinhal o Subdelegado do Procurador Régio do Julgado de Mora» (p.54).  Todavia, persistem, até meados do século passado, práticas que atestam a importância que o pinhal ainda então continuava a ter para os habitantes de Cabeção. Como exemplo, podemos citar a tradição local de ir à lenha às quintas-feiras, a recolha dos espargos e a venda ambulante de pinhões pelas ruas da vila.


Prof. Joaquim Lagartixa
Fotografias Prof. Manuel Pinto
 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

MORA, ANTES E AGORA (?)



Há alguns meses atrás, num dia de Primavera, que este ano foi magnífica, fui buscar ao expresso da tarde, que vinha de Lisboa, um amigo que convidei para vir cá conhecer a terra. Ao desembarcar – e depois de ter relanceado os olhos em volta – exclamou: “ah, Mora, mas é bonito!”
Surpreendeu-o a amenidade do vale da ribeira em frente, o leve ondular das colinas para lá do leito do rio, o odor das flores das laranjeiras esparsas pela encosta do casario da vila e o jogo da malha. “aqui ainda se joga à malha”, exclamou admirado….
Sim, jogava-se à malha no largo, havia um não sei o quê de acariciador no ar ameno, nas mesas da esplanada ao lado algumas pessoas conversavam tranquilas olhando os passageiros que desembarcavam – e o comentário do meu amigo fez-me pensar na razão pela qual nós, que cá vivemos, nem sequer damos por isto! Estamos demasiado preocupados com as tarefas do dia-a-dia, em ler as mensagens que nos chegam aos écrans dos telemóveis, computadores e tabletes, muitas vezes chegadas do outro lado do mundo, e nem sequer sabemos olhar para o que nos rodeia; e o pior, acreditem, é que isto nos empobrece dramaticamente!
Lopes Correia não era assim; os tempos também eram diferentes. Lopes Correia gostava de Mora e soube dizê-lo sem complexos. Nem sequer era da terra, era de Trancoso, mas escreveu sobre Mora de uma maneira admirável. Deixou-nos um livro, infelizmente muito pouco conhecido intitulado “Memorial de Uma Vila”, onde nos conta, em crónicas despretensiosas, episódios saborosos da vida quotidiana de meados do século passado, da terra que foi, para ele, lugar de eleição e de adoção.
Sabia olhar para a Vila, como ninguém: esse «borrifo de cal derramado encosta abaixo» e comprazia-se a olhar as ruas, os becos e as pequenas praças da malha urbana que então tinha uma superfície bem menor do que a atual.
«Se nunca reparaste nisto, se nunca deambulaste no silêncio da noite, por estes recantos cheios de mistério; se nunca pousaste os olhos, quando galgas a veia da ribeira onde tufos de salgueiros bebem água no veio da corrente, nesse borrifo de cal derramado encosta abaixo, e é a mais saborosa vista da vila, então permite eu te diga que nunca olhaste a tua terra com a ternura de filho» - escreve na página 41 do livro acima citado, numa edição póstuma de autor publicada pela Ediliber em Coimbra no ano de 1994.
Com estas linhas pretendemos iniciar um conjunto de pequenos artigos que falem, de forma despretensiosa, sobre as obras de um punhado de autores que escreveram sobre Mora e o seu concelho; autores que nos contam histórias engraçadas sobre o passado da região, abordando personagens e episódios da vida das pessoas que viveram antes de nós no espaço que hoje habitamos.

Vista panorâmica de Mora (fotografia Prof. Manuel Pinto)
Prof. Joaquim Lagartixa

Professores que estiveram na nossa escola

Boas notícias para o professor Fernando Costa




e menos boas para o professor Paulo Lourenço


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

CLUBE DOS COLECIONADORES



 Imagem: Arranged Collections by Jim Golden

CLUBE DOS COLECIONADORES

Este ano a escola vai contar com um clube destinado a dar a conhecer a prática do colecionismo nas suas múltiplas e variadas vertentes.

Assim, se gostas de fazer coleções, seja do que for, ou se, muito simplesmente, tens curiosidade pelo assunto, estás convidado(a) a participar. Divulga as tuas coleções e vem trocar ideias com outros colecionadores.

Eu, professor Joaquim Lagartixa, estarei à tua espera na sala 15 – às quintas-feiras entre as 14-30 h. e as 15-15 h. e às sextas-feiras entre as 13-45 h. e as 14-30 h

Atenção: este horário não é definitivo. Poderá sofrer alterações, caso a maior parte dos interessados na atividade não possam estar presentes nessas horas. Por isso, mesmo que não estejas disponível neste horário e estejas interessado(a) em participar, inscreve-te à mesma no clube, usando para tal uma ficha de inscrição que está disponível na biblioteca.

Tentaremos harmonizar as coisas para que não fiques de fora!

Colabora! Participa! Vem falar comigo e apresenta-me as tuas ideias!

Prof. Joaquim Lagartixa