terça-feira, 11 de maio de 2010

Centenário da implantação da República em Portugal - 8

Dando continuidade à nossa série, a figura republicana de que nos cabe falar é, agora, a de Sidónio Pais. O seu fim trágico (foi assassinado em Lisboa) e o regime ditatorial que dirigiu durante algum tempo, converteram-no certamente na personalidade mais polémica do republicanismo português, sobre o qual se têm escrito muitas páginas e se continuarão a escrever mais ainda. O seu estilo muito pessoal de aparecer em público e a sua forma de se dirigir às multidões converteram-no em predecessor das estratégias utilizadas por algumas das grandes figuras políticas do século XX.




Sidónio Pais

Sidónio Pais não colaborou, não fez parte do movimento conspirativo que conduziu à implantação da República, nem fazia ainda parte da Maçonaria. O seu irmão Alberto Pais, pelo contrário, esteve presente no 5 de Outubro, do lado da insurreição republicana.

Logo depois do 5 de Outubro, no entanto, Sidónio afirmou-se republicano. A sua oração de Sapiência fora, também, uma importante tomada de posição política. Num discurso proferido em Coimbra pouco depois da implantação da República, o lente da universidade manifestou um forte apreço pela nova conjuntura política. Bem ao estilo da oratória da época, afirmou:

«Sente-se o sopro vivificador, a rajada impetuosa da revolução, esse tremor de terra que faz ruir os tronos e leva os reis ao cadafalso, esse vulcão de cuja cratera se precipita a lava candente da justiça dos povos, corrente caudalosa que nos conduz vertiginosamente no caminho do progresso, avalanche que na sua formidável queda sepulta para sempre toda a espécie de tirania.»
(« Discursos proferidos em Coimbra logo após o 5 de Outubro», in Malheiro da Silva, Sidónio e Sidonismo. História e Mito.

Após o 5 de Outubro, Sidónio Pais faz uma inequívoca e pública afirmação do seu republicanismo. Em breve, abandonaria Coimbra iniciando um novo ciclo na sua vida, oportunidade aberta exactamente pela mudança política, pela alteração do regime. Esta conjuntura possibilitou o acesso ao poder de uma nova classe política composta por muitos republicanos, mas também pelos denominados «adesivos», aqueles que, depois da implantação do novo regime se tornaram republicanos, que aderiram ao regime depois do 5 de Outubro.

Débora Moita
Diana Coelho
Lúcia Gavião
Inês Pereira
Maria Coelho

Alunas do 6º B

História e Geografia de Portugal

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