terça-feira, 18 de maio de 2010

Centenário da implantação da República em Portugal - 9

A personalidade que hoje apresentamos teve uma relação um tanto estranha e contraditória com a República.
Como se lê adiante, trata-se de uma das vozes mais críticas da sociedade portuguesa dos finais do século XIX e princípios do XX. Um tanto contraditório nas suas posições, nem a República o cativou, passando a integrar o “integralismo lusitano”, movimento do qual nasceriam as forças que levaram posteriormente à implantação do Estado Novo.



Ramalho Ortigão

O seu nome completo é: José Duarte Ramalho Ortigão.
Nasceu: no Porto, na freguesia de Santo Ildefonso, na casa de Germalde.
Teve 9 irmãos, dos quais o mais velho era ele.
Os seus pais foram Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e D. Antónia Alves Duarte Silva Ramalho Ortigão.
Viveu a sua infância numa quinta, no Porto com a sua avó materna. A sua educação ficou a cargo do seu tio-avô e padrinho Frei José Sacramento.
Frequentou um curso de Direito, em Coimbra, acabando depois por trabalhar como professor de Francês, no colégio da Lapa, no Porto, do qual o seu pai era director, e onde ensinaram, entre outros, Eça de Queirós e Ricardo Jorge.
Casou-se a 24 de Outubro de 1859, com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem teve 3 filhos, Vasco, Berta e Maria Feliciana.
Reencontrou em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreveu um "romance execrável" (a qualificação é dos próprios autores):“O mistério da estrada de Sintra”. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda “Histórias cor-de-rosa” e inicia a publicação do “Correio de Hoje”.
Entretanto, Ramalho Ortigão torna-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70.
Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República, indo em seguida para Paris onde começa a escrever as “Últimas Farpas”, contra o regime republicano.
Regressa a Portugal em 1912 e, em 1914 dirige a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saúda o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano.

Informação recolhida por:
Ana Coelho e Íris Ventura
Alunas do 6º A De História e Geografia de Portugal

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