terça-feira, 16 de março de 2010

Centenário da implantação da República em Portugal - 3

A figura republicana desta semana é António José de Almeida, um dos republicanos que mais se destacou, quer no período anterior à revolução do 5 de Outubro, quer nas incidências e peripécias políticas do período republicano.



António José de Almeida

Nasceu em Vale da Vinha, concelho de Penacova, Coimbra, a 18 de Julho de 1866 e faleceu a 31 de Outubro de 1929. Casou com D. Maria Joana Queiroga de Almeida, de quem teve uma filha (Maria Teresa).

António José de Almeida foi o sexto presidente da República e um dos mais populares dirigentes do Partido Republicano, desde muito novo manifestou ideias republicanas.
Era ainda aluno de Medicina, em Coimbra quando publicou no Jornal Académico O Ultimatum, um artigo que ficou famoso: «Bragança», o último que foi considerado insultuoso para o rei D. Carlos, mas defendido por Manuel de Arriaga, que acabou por ser condenado a três meses de prisão.

Depois de terminar o curso foi para Angola e depois foi para São Tomé e Príncipe, onde se dedicou a medicina até 1903. Nesse ano foi para França onde estagiou em várias clínicas. De regresso a Lisboa no ano seguinte montou dois consultórios, o primeiro na Rua do Ouro e o segundo no Largo de Camões, entrando então na política activa.

Foi candidato do Partido Republicano em 1905 e 1906, foi eleito nas segundas eleições realizadas neste ano, em Agosto. Em 1906 na Câmara dos Deputados, pede aos soldados, chamados a expulsar os deputados republicanos do Parlamento, a proclamação da república. No ano seguinte adere à Maçonaria, isto é, uma sociedade secreta de arquitectos e pedreiros livres.

Os seus discursos inflamados fizeram dele um orador muito popular nos comícios republicanos. Foi preso por ter tentado provocar uma revolução, em Janeiro de 1908. Posto em liberdade continou a sua acção demolidora pela palavra e pela pena, sobretudo enquanto director do jornal “Alma Nacional”.

Foi Ministro do Interior do Governo Provisório, depois de ser várias vezes ministro e deputado, fundou em Fevereiro de 1912, o Partido Evolucionista, que dirigiu. Em Janeiro de 1911 criou o Partido Republicano moderado organizado em torno do diário da República, e que também dirigia, opondo-se ao Partido Democrático de Afonso Costa, com o qual se aliou no governo da União Sagrada, em Março de 1916, ministério de que foi Presidente.

A 6 de Agosto de 1919 foi eleito Presidente da República e permaneceu no cargo até 5 de Outubro de 1923, sendo único presidente até 1926 a ocupar o cargo até ao fim do mandato. Nestas funções foi ao Brasil em visita oficial, para participar no centenário da independência da antiga colónia portuguesa.
Durante o seu mandato deu-se o levantamento radical que desembocou na Noite Sangrenta de 19 de Outubro de 1921, em que foram assassinados, por opositores republicanos, o chefe do governo da altura, António Granjo, assim como Machado Santos e Carlos Maia. Nomeou 16 governos durante o seu mandato.

Os seus amigos e admiradores levantaram-lhe uma estátua em Lisboa , de autoria do escultor Leopoldo de Almeida e do arquitecto Pardal Monteiro, e coligiram os seus principais artigos e discursos em três volumes, intitulados: «Quarenta anos de vida literária e política», obra publicada em 1934.


Pesquisa realizada para a disciplina de História e Geografia de Portugal, pelas alunos do 6º A:
Ana Coelho e Íris Ventura

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